Quem gosta de levar susto é soluço.
Uns acreditam que beber água de cabeça para baixo ( não me perguntem como ) é a única solução. Outros, tem certeza que se engolirmos nossa saliva três vezes seguidas ( é tanta saliva, que a gente se sente como uma criança brincando de cuspir no “coleguinha” da escola ) o problema se resolve. Ainda existem aqueles que preferem beber água com uma colher no copo ( será que tem alguma relação com os elétrons que o metal da colher libera no meio das moléculas de água ? ). Mas a grande maioria ainda prefere a técnica do susto, que eu particularmente acho a mais certeira de todas. É rápida e funciona. A não ser que você esteja com soluço, e ao mesmo tempo, se recuperando de uma séria queimadura nos pés. Porque aí, meus caros, um susto é a pior coisa que uma pessoa pode levar na vida.
Aconteceu comigo algo parecido. Mas com um detalhe : não estava com soluço. E mesmo assim levei um baita susto, e o pior é que não tive ninguém em quem descontar a raiva. Simplesmente porque não foi uma pessoa a vir me assustar, e sim um fantasma que estava vagando nos meus mais profundos sonhos enquanto dormia. Foi uma das poucas vezes na minha vida em que acordei chorando. Estava me recuperando de um acidente ( a pele dos meus pés ainda estava – quietinha - se regenerando ), quando o tal fantasma apareceu. Nem lembro do sonho, mas para causar tamanho espanto em mim, só podia ser alguma coisa do além mesmo ( acredito em espíritos, mas morro de medo do que não posso ver ). O susto fez os músculos do meu quase recém curado pé, se contraírem. Depois disso, foram trinta minutos sem parar de dor e choro, até eu me acalmar; solucei tanto, que a partir daquele dia, comecei a duvidar dos efeitos da técnica do susto sobre o soluço ( deveria fazer ele sumir, e não o contrário ).
Pequeno momento feliz : o susto, apesar de doloroso, foi o pontapé que eu precisava para começar a escrever minhas crônicas de novo. 30 minutos, esperando a dor passar, foi tempo suficiente para eu escrever essa crônica, que vocês acabaram de ler. Outro momento feliz - e esse aqui é grande - é ter pais que, apesar de não terem diploma de enfermeiro, são tão bons quanto.
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