Wednesday, May 24, 2006

Tem dias em que a gente se enrosca mesmo...

Sabe aquela cena de filme americano, em que a atriz linda e loira, aparece num carro conversível, dirigindo a duzentos por hora, de óculos escuros e com os cabelos voando contra o vento ?? Pois então...Agora tentem imaginar essa outra cena aqui :

Eu, correndo com uma garrafa de creme de leite na mão, em plena cozinha, passando por uma porta com aquelas tiras grossas de plástico penduradas - servem para separar dois ambientes com temperaturas diferentes; no caso de um restaurante, a câmara fria da cozinha - e chegando na cozinha com meu lenço ( uso um lenço estampado, em vez daquela touquinha branca para trabalhar; é mais moderno e você não corre o risco de parecer aquela moça da lata do leite condensado ) quase no pescoço, com o cabelo todo bagunçado. Acontece que eu me enrosquei nas malditas tiras, e meu lenço escorregou. Mas felizmente o creme de leite continuou intacto na minha mão. Ufa !! Como não podia chegar perto do fogão com a cabeleira daquele jeito, dei um jeito de colocar tudo para dentro do lenço de novo.

Sorte a minha que ninguém viu essa cena. Quer dizer, espero que assim tenha sido. E o mais incrível, foi que tudo isso aconteceu numa fração de segundo ( na cozinha, a gente aprende a ser rápido e a fazer duas - ou mais - coisas ao mesmo tempo ).

Como vocês puderam ver, qualquer semelhança entre as duas cenas acima é mera coincidência. Ou talvez não. Na verdade a cena perfeita para mim seria : eu no carro, a mil por hora, com a galera toda da cozinha atrás...Eles são muito divertidos.

Achando que meu dia terminaria sem mais enroscos...Estava completamente enganada. No ônibus, já voltando para casa, levanto do banco, e de repente fico enganchada ( dá para contar nos dedos, os dias em que não carrego aquela maldita mochila cheia de alças ), adivinhem no que ? Numa perninha de criança. Demorei para me dar conta disso - no fim do dia, fico meio ensonada e tenho dificuldade para perceber qualquer coisa ao meu redor. Foi a mãe da pobre criança, e não eu, quem teve que desenroscar a alça da perninha dela. Que vergonha... Só faltava ficar entalada na porta do ônibus na hora de descer...Aí já era demais. Chega de enroscos por hoje.

Pequeno momento feliz : olha...dessa vez foi difícil escrever essa parte, porque de feliz, a cena não teve quase nada. Brincadeira. Teve sim. Podem acreditar, por mais stress e nervosismo que você esteja passando no trabalho, sempre vai acontecer alguma coisa para fazer você esquecer de tudo isso, alguma cena engraçada ou um fato bizarro. E como vocês acabaram de "ver", posso afirmar que isso acontece por experiência própria.

Friday, May 19, 2006

O japonês e o sapo.

Ultimamente tenho andado na rua com os olhos em tudo ( menos nos faróis ); nada passa desapercebido. Isso é muito bom. É daí que surgem as histórias para contar. É muito interessante, mas pode ser assustadoramente bizarro de vez em quando.

Acontece que eu estava andando, meio perdida confesso, lá pelas ruas do bairro de Moema, quando vi um senhorzinho oriental na minha frente. Parecia o vovô daquele menino do Karatê Kid, lembram ? Não o senhor Miag. O pai dele. Cabelo cinzinha raspado, já meio corcundinha, e com aquele andar que só os velhinhos fofos tem. Até aí tudo bem. Parecia uma pessoa normal, se não fosse por um sapo que ele estava segurando numa das mãos.

Não é estranho ver um oriental com um sapo, mesmo porque eles adoram comer coisas dessa natureza ( vai ver que é por isso que eles tem essa pele lisinha aos setenta, e uma disposição de leão aos oitenta ). Mas o que um japonês estaria fazendo com um sapo no meio da rua ? Seria seu bichinho de estimação ? Era para um ensopado ? Ou ele ia dar de presente de aniversário para o neto ? Qual é a alternativa menos bizarra ? Impossível descobrir o pobre destino daquele anfíbio.

A única coisa que descobri, ao passar pelo lado do senhorzinho, é que o sapo não passava de um daqueles brinquedos de borracha. Sei lá, já não sabia mais o que o japonês queria fazer com aquilo. Vai ver que era para dar um susto na mulher quando chegasse em casa. Ou quem sabe, dar para o seu sharpei - aquela raça de cachorro, toda enrugada - brincar.

Pequeno momento feliz : não tem nada melhor do que uma cena bizarra para distrair a gente de vez em quando. Mas para isso, devemos estar com nossos olhos bem atentos, sempre. Inclusive nos faróis. Aliás, essa é a vantagem de andar a pé. Dentro de um carro, aquele sapo nem iria existir. E essa história não seria a mesma sem ele.

Príncipe também entra pela porta dos fundos.

Estava eu no Sesc Pinheiros, fazendo meus alongamentos antes de entrar na piscina, quando de repente, me embananei toda e perdi a conta dos exercícios. Bem na minha frente, apareceu um belo de um grisalho. Não, ele infelizmente não estava de sunga. Estava até muito vestido para quem se encontra num conjunto aquático de um clube. Entrou pela porta de serviço das piscinas e foi conversar com um dos rapazes que estavam fazendo manutenção no teto do parque aquático.

Devo ter repetido sei lá quantas vezes o mesmo alongamento, enquanto observava aquele príncipe. Falava demais no celular, andando para lá e para cá. Concluí que deveria ser um dos responsáveis pela obra, ou quem sabe, o dono da empresa de manutenção. Até que eu precisava de uma manutençãozinha naquela hora, mas preferi continuar em forma nadando.

Não tive vergonha de ficar olhando para ele ( hoje em dia eu olho mesmo; a uns anos atrás, o único lugar que conseguia encarar num rapaz, era a ponta dos sapatos ), mas em compensação, meu traje de banho - um maiô do Sesc, felizmente pouco decotado - me deixou sem graça na frente dele. ( Posso parecer meio cara de pau, mas tem situações, confesso, em que não sei onde enfiar minha cara ).

Não que eu quisesse, mas ainda bem que ele foi embora logo. Do contrário, era capaz de passar a manhã inteira - fora da piscina - só alongando.
No dia seguinte, acordei com dor no joelho. E dessa vez, tive certeza de que não foi por falta de alongamento, nem por excesso de natação. Na verdade, acho que a parte do corpo que mais alonguei nesse dia, foi o meu globo ocular. Também...

Pequeno momento feliz : descobri que, assim como a cenoura ( o legume propriamente dito, por favor ), natação também faz bem para a vista.


Saturday, May 13, 2006

As bactérias do ouvido humano.

Imaginem a seguinte cena :
Um fim de tarde frio em São Paulo, em plena Avenida Santo Amaro, o trânsito aquela beleza. Uma menina entra no ônibus, toda enrolada no seu cachecol ( e no fio do seu walkman também ), e quando vai pagar, descobre que seu walkman tinha ficado ligado a tarde toda, e se irrita com a possibilidade de ficar sem som naquele trânsito caótico ( isso já aconteceu outras vezes, mas ela sempre carrega consigo um livro para esses imprevistos ).

De repente, toda aquela sua ira vai embora ( seu rádio poderia ter quebrado naquele momento, que ela nem ia ligar ), por causa de um par de olhos ( eram olhos fofos, aqueles que transmitem o riso da pessoa, sem ela jamais ter mexido a boca; a sensação de olhar para uma pessoa com esses olhos é demais, como um tranquilizante que entrou nas suas veias ) que jamais olharam para ela daquele jeito. Parecia que o chão do ônibus tinha sumido, e ela precisava sentar imediatamente ( de preferência perto do dono desses olhos ) para não cair. Foi o que ela fez. E, coincidência ou não, tinha um lugar vago bem atrás do rapaz. Sentou.

Estava tão inquieta que não parava de se mexer. Para a sua sorte, o rapaz parecia igualmente agitado, tanto que de vez em quando, dava umas olhadas para trás, na direção dela. Isso já era um ótimo sinal para o começo de alguma coisa, pensou. Ela, com seus olhos ágeis, acompanhava todo e qualquer movimento do rapaz. Ele, que parecia ser tão fofo quanto seus olhos ( e quanto seu agasalho também ). Alto ( quando ele levantou para tirar o agasalho, ela teve que olhar 90º para cima ), magro, cabelos castanhos, pele clara, barba e bigode ( um típico Krakauer - autor de livros de aventura ).

Queria mesmo era agarrar ele - desejando que o ônibus estivesse fazio, para poder fazer isso. Foi então que ela teve uma brilhante idéia para puxar conversa. Cutucou delicadamente seu ombro e perguntou "Você sabe se esse ônibus passa no Largo da Batata ?" ( é óbvio que ela sabia que passava; e se fosse um pouquinho mais atirada, perguntaria "Esse ônibus vai até o Largo da Batata com você ?" ); e ele virou para trás "Passa sim".

Pela primeira vez ela desejou que o trânsito continuasse daquele jeito, caótico. Passaram-se minutos - muitos - sem que os dois se falassem novamente. Ela, já quase em prantos ( no seu walkman estava tocando uma tal música, que dizia "eu não sei parar de te olhar..." ), não sabia mais o que falar para puxar assunto. Foi quando ele virou para trás e disse "o Largo da Batata é o ponto final, tá ?". Pronto, aí estava a deixa, mas ela não se controlou e deu uma risada - seu nervosismo era visível - o que fez ele perguntar "o que foi ?"; e ela ( sem deixar de ser bizarra, nem mesmo nessas horas ), enfiou seu fone no ouvido dele e disse "sabe qual é essa música?"; ele "sei". Mas quem disse que ele estava sentindo a mesma coisa que ela, quando ouvia a tal música ? pensou.

Nesse meio tempo, a menina que estava ao lado dele levantou, e ele perguntou se ela não queria sentar. Como num passe de mágica ( a rapidez dela foi incrível ), ela sentou onde queria estar a viagem inteira, ao lado dele. Ficaram um bom tempo conversando, quer dizer, ela falava, e ele dava risada. Ela parecia estar tão insandecida, que nem disse seu nome ao rapaz. Ele só descobriu, graças a um fato - dentre os vários que ela contou - que aconteceu com ela no trabalho. Ele aproveitou então, para dizer o seu nome também.

Pronto ! As apresentações foram feitas. Mas o tempo tinha se esgotado. Ele precisava descer, e disse que um dia passava no trabalho dela - ela, muito esperta e quase nada falante, já tinha dado o nome e o endereço de onde trabalhava.

Ela prometeu a si mesma, não ficar olhando para ele, depois que descesse do ônibus. Mas, para quem já tinha feito tantas bizarrices naquele dia, uma a mais não ia fazer diferença. Ela olhou. E ele, meio sem jeito, virou para trás e deu um tchauzinho. Ela amou isso. Mas ficou triste por não saber, quando iria olhar para aqueles olhos novamente.

E o pior, é que ela contou a história para sua mãe e teve que ouvir a seguinte frase "Filha, tome cuidado ! É perigoso falar com estranhos na rua." E suas amigas, disseram inconformadas " Você é louca ? E se ele tem alguma doença no ouvido ? E as bactérias que ele pode ter passado para você ?"

Bem, se vocês acompanharam meu blog até agora, é fácil saber que essa menina do ônibus sou eu.

Pequeno momento feliz : querer muito alguma coisa, e de tanto desejar, a tal coisa acontecer. Não só para momentos como esse que descrevi, mas para tudo na vida. Querer, com muita vontade e sinceridade, é o que faz as coisas acontecerem.

Tuesday, May 09, 2006

O garçom-fantasma.

Tem coisa mais chata do que garçom que fica em pé do seu lado, olhando você comer ? Tem. É quando você está conversando com alguém e descobre, que o dito cujo está bem ao seu lado, ouvindo a conversa. E pior ainda. Ele ouve você conversar sobre ele mesmo.

Aconteceu isso comigo esses dias, quando olhei para uma tolha de mesa e lembrei de algo engraçado. Eu e uma amiga estávamos em um empório de produtos orgânicos, sentadas numa mesa, bem nos fundos do salão - um jardim super fofo com uns chafarizes e umas plantas diferentes. Foi então que vi a tal da toalha de mesa. Era feita com papel reciclado e tinha um desenho - um rosto de um homem com uns galhos de árvore no fundo - que na mesma hora me fez imaginar uma cena ilária. A cena : o garçom do empório dando uma de modelo, no meio das árvores daquele jardim, enquanto um pintor retrata a cena para o papel.

Nem preciso dizer que minha amiga se matou de rir quando ouviu isso. Primeiro, porque foi realmente engraçado. Segundo, porque o tal garçom estava parado bem ao lado da nossa mesa, e provavelmente ouviu tudo. Na hora, quis morrer de tanta vergonha. Mas o certo seria, querer matar o garçom, pela falta de delicadeza com os clientes.
E para piorar - ou deixar a situação mais engraçada ainda - achando que o garçom tinha se tocado e voltado para o salão, continuei a falar sobre o incidente. Perguntei para minha amiga, porque ela não tinha me chutado por baixo da mesa, quando viu que o garçom estava do meu lado. Mas ela não respondeu, e até ficou um pouco corada com a pergunta. Achei estranho. Foi quando olhei para o lado, e lá estava ele. O maldito garçom, parado no mesmo lugar, sem nunca ter voltado para o salão - como eu tinha imaginado. Mais parecia uma árvore estatelada no meio do jardim. Eu não conseguia mais distinguir o que era garçom, e o que era árvore naquele lugar. E só tinha bebido um copo de suco até então ( um tal suco de uva com clorofila; um gosto bom, mas bem peculiar ).

E como se não bastasse a minha indignação por causa do garçom, descobri que o suco custava mais caro do que os próprios pasteizinhos que a gente comeu naquele dia. Que falta de lógica esse cardápio !!

Pequeno momento feliz : achar graça em situações, por pior e mais constrangedoras que elas possam parecer.

Sunday, May 07, 2006

Onde já se viu beber água na concha ?

Pois é. Eu também nunca tinha pensado nisso, até um dia em que faltou um copo e eu estava morrendo de sede. A concha foi a salvação. E também a descoberta da oitava maravilha do mundo - vale a pena experimentar, parece algo revigorante, como se você estivesse bebendo uma poção mágica, recém saída de um caldeirão transbordando fumacinha; e tem algo de medieval nisso também, como se você estivesse num daqueles castelos no norte da Irlanda, e um mago oferecesse a você, hóspede, água na concha. Provem e me contem depois a sensação que tiveram.

O mais curioso foi que, depois de muito tempo bebendo água na concha - não, também não é toda hora que faço isso; só de vez em quando prefiro a concha em vez do copo - descobri por que sou uma pessoa mais comunicativa, para não dizer tagarela.

Um dia, um colega de trabalho me contou umas manias e superstições do povo do interior de São Paulo, onde ele nasceu ( cidade de São Pedro ). Uma delas me chamou mais a atenção: Quando as mães percebiam que seus filhos, durante a infância, não eram muito lá de falar, davam água na concha para eles beberem. Arrepiei quando ele me disse isso. Coincidência ? Pode até ser. Só que no meu caso, descobri isso depois de grande, e sem a ajuda da minha mãe. Mas até que para quem passou a infância sem falar muito, como eu, a concha não só fez, como está fazendo bastante efeito. Bom para mim. Atordoante para outros, que muitas vezes tem que me aguentar o dia todo falando. Adoro o pessoal do meu trabalho !!!! Obrigada pelos atenciosos ouvidos !!!


Pequeno momento feliz : falar é uma das coisas boas da vida - depois de comer, é claro. A gente é muito mais feliz, quando conseguimos falar sobre nossos sentimentos com alguém. Dividir pensamentos é algo muito bom. Todo mundo deveria praticar isso. ( Palavras de quem passou muito tempo da vida, quieta, como se fosse um daqueles palhacinhos com mola, que ficam dentro de uma caixa, enquanto ninguém resolve abrir a tampa. Não sei quem foi que abriu, mas desejo que essa caixa nunca mais se feche. )

Thursday, May 04, 2006

Uma misturinha boa pra dedéu.

Olha, eu não sou de beber em serviço, mas dessa vez não tive como resistir. Na verdade,um dos cozinheiros misturou mel com limão e conhaque. Eu nem ia beber - mesmo porque não sou muito fã de conhaque - mas acabei tomando num gole só. Meu chefe nem percebeu. Claro que tomei cuidado para não dar na cara, usando uma colher como retrovisor, já que ele estava atrás de mim. O problema foi para conseguir tirar aquele bafo de cachaça da boca depois. Apelei para os temperos que ficam ao lado do fogão. E só para garantir, mastiguei uns amendoins também. O bafo se foi.

Os clientes então começaram a chegar, e a pauleira se instalou definitivamente na cozinha. Entenda-se pauleira, o momento crítico de um restaurante, com mesas lotadas e uma fileira interminável de comandas/pedidos na frente do chefe. Saladas saíam aos montes, principalmente uma que se chama Angélica( seis tipos de folhas, crouton, queijo brie, nozes, tomate cereja, azeitona preta e gomos de laranja; tudo envolvido num vinagrete de cenoura ). Não sei se foi o goró que tomei, ou a correria que estava grande. Mas fiquei tão tré-lé-lé, que chamei meu chefe de Angélica. E o pior, ele respondeu. Acho que não era só eu que estava louca naquele dia.

Pequeno momento feliz : se meu chefe fosse como a maioria deles, arrogantes e estressados, iria levar uma bela chamada ou ter que aguentar uma cara feia pro resto do dia.

Wednesday, May 03, 2006

Coisas que seu parceiro jamais deve saber.

O que vou lhes contar aqui, não é coisa que se fale para seu namorado ou marido - principalmente quando você trabalha numa cozinha.

(Xii!! Só agora percebi meu desapego - filosofia oriental que se deve praticar diariamente - com relação a vocês leitores. Comecei a escrever sem me apresentar, e nem mesmo dizer o que faço da vida. Bem, trabalho num restaurante de comida thailandesa/contemporânea, preparando saladas e entradas. Adoro comer e adoro cozinhar. E daqui para frente, devo falar bastante sobre comida, e revelar o que se passa por trás dos fogões - enquanto você está muito bem acomodado na sua mesa, esperando pelo seu prato.)

O que aconteceu foi o seguinte. Estava correndo para fazer meus molhos de salada, quando sem perceber, enfiei um pão duro ( atenção aqui : se lerem muito rápido, pode parecer outra coisa ) - aquela espátula de silicone que se usa para raspar tigelas - no bolso traseiro da minha calça. Resultado : tinha um cozinheiro que estava desesperado procurando um desses, quando viu um no meu bolso. "Ahã!!Já sei onde está o tal pão duro !!" Eu ouvi, e super espontânea, respondi "Está aqui ó..." Para vocês que não viram a cena, tudo bem. Mas acontece que, minha resposta veio acompanhada de um gesto - digamos obsceno - que até eu me surpreendi com a minha naturalidade e espontaneidade ( e olha que nunca fiz filme pornô na vida ). O gesto : bati com o pão duro nas minhas nádegas, enquanto dizia "Está aqui ó..." Ainda bem que ninguém mais viu essa cena.

Pequeno momento feliz : sinto que a cada dia estou mais espontânea e verdadeira com relação a tudo na vida, principalmente com pessoas. Isso é muito bom, para um mundo como o nosso de hoje, onde só encontramos falsidade.

Pensem bem antes de pedir alguma coisa a Deus!

A última novidade para mim, e a primeira para vocês, é que um gay gosta de mim. Pois é, acontece que eu sempre quis um homem quase veado, quer dizer, bem carinhoso, que me entendesse como mulher, gostasse de conversar, não fosse nem um pouco machista, nem muito bruto. Não chega a ser um veado, mas é quase - expressão que criei nas últimas semanas. Se você for mulher, vai entender sobre o que estou falando. Se você for homem, me desculpe, não quis ofender. Estou saindo com um menino que é assim, quase veado. Mas nem estou muito empolgada...Não sei não, esse negócio de quase veado não está rolando comigo. O que eu quero mesmo é um homem. Que me pegue com força e me dê uns agarrões de perder o chão, e uns beijos de perder o fôlego. Minha nossa !!! Já estou com falta de ar. E de um Homem também.

Voltando a história do gay que se declarou para mim esses dias....ele disse que gosta de mim - o que me pareceu bem sincero - e que faria de tudo para ficar comigo, inclusive deixar de ser gay e ter siricuticos por aí. Não sei não. Já soube de homens que viraram gays, mas alguém aí ouviu falar de um gay que virou homem ? Tem que ser muito mulher para fazer isso, ou muito homem, sei lá...Já não sei mais distinguir sexos hoje em dia. Mas o engraçado é : o gay, com todo o seu remelexo, consegue ser mais homem quando me abraça - sim, ele me dá uns agarrões de vez em quando, e pasmem, umas mordidas nas costas também - do que aquele meu amigo/caso quase veado, que eu tanto pedi a Deus. Bem, já tomei uma decisão. Não vou ficar com nenhum dos dois. Acho que é o mais sensato nessa situação.

Pequeno momento feliz : pelo menos alguém teve a coragem de se declarar e dizer o que sente; fato raro atualmente. "Palmas para o gay!". Ou se ele preferir, tapinhas no glúteo.